sábado, 30 de outubro de 2010


E aí? Estamos esperando o quê?

"Um menino caminha e caminhando chega no muro e ali, logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está. E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar, sem pedir licença mudar nossa vida e nos convida a rir ou chorar. Nessa estrada, não nos cabe conhecer ou ver o que virá, o fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa lida passarela de uma aquarela que um dia enfim... Descolorirá".
Sou apaixonada por essa música. Ela me faz lembrar que somos nós os autores da nossa própria história. Não temos o poder de saber o que acontecerá lá na frente, nem podemos mudar o que aconteceu lá atrás, mas fazer um presente mais colorido... ah... isso nós podemos.
A vida é uma caixinha de surpresas (já dizia Joseph), algumas vezes cai uma tempestade para a qual podemos ou não ter um guarda chuva. Fazê-la parar depende das nuvens. Sair resmungando enquanto se molha, esperar a chuva passar ou aproveitar a chuva para refrescar a cuca depende da gente.
Tenho pensado muito nisso ultimamente... Em como depende ter uma aquarela multicolorida ou uma sem sal nem açúcar. Conquistar uma aquarela de muitas cores é algo que não se faz com muita facilidade. Tem que ousar, arriscar, mandar ver.
É isso aí... Por uma aquarela mais risonha, encantada... Vamos mandar ver...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Conversa entre um lavador de carros e um senhor em frente ao ICEB:
- Você não fica com preguiça de lavar um carro tão sujo quanto este?
- Não. Fico até mais animado, porque quando o carro fica limpo eu vejo MESMO o resultado do meu trabalho.

É... Depois de grandes tormentas conseguimos ver o quanto lutamos, o quanto melhoramos, o quanto crescemos...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


Enfrentando o desafio de postar somente coisas minhas... vamos ver até onde vai...
ultimamente tenho sido um poço sem fundo de emoções...

Há 10 anos eu comecei a me ver em hospitais e clínicas, de cá pra lá, de lá pra cá, tentando descobrir o que me fazia desmaiar.
Naquela época (pôxa vida, o tempo está mesmo passando rápido), meu corpo era um tanto mais forte que hoje, mas meu espírito era mais fraco.
O tempo faz essa coisa fantástica com a gente: Enquanto o corpo apresenta suas fragilidades, o espírito emerge, reage, vai em frente... Aos pouquinhos somos um pouco mais e mais sábios...
E isso faz o passar do tempo valer a pena.

Amanheceu - Jorge Vercilo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010


'Houve um momento em que o aperto foi tão extremo e aflitivo
que eu imaginei não conseguir suportar. Eu nem sabia que,
exatamente naquele ponto, a natureza tecia asas para mim, em silêncio,
mas foi lá que senti que eu era feita também para voar.
O aperto, entendi somente depois, era uma espécie de morte,
um prenúncio da transformação, uma ponte que me levaria a outro modo de ser'

[Ana Jácomo]

"O Universo me espanta e não posso imaginar que esse relógio exista e não
tenha um relojoeiro." [ Raul Santos Seixas ]

sexta-feira, 22 de outubro de 2010


"Estar bem e feliz é uma questão de escolha e não de sorte ou mero acaso. É estar perto das pessoas que amamos, que nos fazem bem e que nos querem bem. É saber evitar tudo aquilo que nos incomoda ou faz mal, não hesitando em usar o bom senso, a maturidade obtida com experiências passadas ou mesmo nossa sensibilidade para isso. É distanciar-se de falsidade, inveja e mentiras. Evitar sentimentos corrosivos como o rancor, a raiva, e as mágoas que nos tiram noites de sono e em nada afetam as pessoas responsáveis por causá-los. É valorizar as palavras verdadeiras e os sentimentos sinceros que a nós são destinados. E saber ignorar, de forma mais fina e elegante possível, aqueles que dizem as coisas da boca para fora ou cujas palavras e caráter nunca valeram um milésimo do tempo que você perdeu ao escutá-las."
Nietzche

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


" Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'
Caio fernando de abreu

"Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço"
Caio F

Tente. Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem.
Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe. Se a realidade te alimenta com merda, meu irmão, a mente pode te alimentar com flores."
Caio F

segunda-feira, 18 de outubro de 2010


"Para mim, atualmente, companheirismo e lealdade são meio sinônimos de felicidade. Meus amigos são muito fortes e muito profundos, são amigos de fé, para quem eu posso telefonar às cinco da manhã e dizer: olha, estou querendo me matar, o que eu faço? Eles me dão liberdade para isso, não tenho relações rápidas, quer dizer, tenho porque todo mundo tem, mas procuro sempre aprofundar. E isso é felicidade, você poder contar com os outros, se sentir cuidado, protegido. Dei esse exemplo meio barra pesada de me matar....esquece, posso ligar para ver o nascer do sol no Ibirapuera às cinco da manhã. Já fiz isso, inclusive."
Obrigada de coração aos meus amigos que de uma forma ou de outra estão me dando força. Aliás, que sempre me dão força... Obrigada pelo cuidado.


E quando você se sentir vazia
Mantenha-me em sua memória,
Deixe de fora todo o resto

Ei, você não está assustado, está? Gatinho medroso!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


Hoje eu estou escrevendo com uma faca cravada na minha alma.
Perdi um amigo incrível. Um amigo que já me ouviu e viu chorar tantas e tantas vezes e que ficou do meu lado mesmo assim. Um amigo que estava ao meu lado enquanto eu estudava e que quase nunca reclamava por eu dar atenção demais aos estudos. Um amigo que me tirava de casa pra dar uma caminhadinha. Que me recebia em casa todos os dias com uma alegria fora do comum. Um amigo que eu chamava de filhinho, bebê, amigão, spotinho, amor da minha vida... Um amigo que marcou tanto a minha vida. Tanto.
Ele dava valor pra cada caminhada, pra cada momento em que eu o mimava, pra cada rosquinha... Um amigo que era chamado de gordinho pelos vizinhos e não estava nem aí pra isso. Que me perdoava mesmo quando eu o xingava. QUe já saiu correndo comigo em plena meia noite, debaixo de chuva e frio... Um amigo tão doce, tão incrível... Ai, meu amigo... meu bebê... que saudade... que falta vc me faz. Você se foi e a casa ficou tão vazia... Meu coração ficou tão vazio... Eu não tive nem a chance de dar tchau. Nem de pedir desculpas por ter te xingado. Meu anjinho... A dor que sinto agora é enorme, mas eu agradeço muito a Deus por Ele ter te colocado em minha vida. Você chegou inclusive num momento em que eu precisava muito de um amigo. Depois de vc, eu sentia que não importava do quanto meu dia poderia ter sido ruim, porque eu chegaria em casa e teria vc... Agora vc se foi. Fica em mim as nossas lembranças. Você foi incrível, meu anjinho SPOT. Foi meu ídolo, me ensinou tanta coisa... E eu amo vc. Pra sempre.

sábado, 9 de outubro de 2010


''Quando criança fazia o balanço ganhar altura para alcançar estrelas. Por isso, hoje rodopia enquanto canta. E acredita que as notas mais altas são capazes de balançar o coração de Deus. E que as mais baixas fazem com que ele se incline suave só para escutar. Quando se sente só, canta baixinho. Até encontrar um sorriso num gorjeio de passarinho. Sua alegria é feita de grãos.
...
Na mão aperta, com fé, uma estrela cadente: essa possibilidade. Risca no ar um desejo enquanto se desfaz. Poeira lunar nos pés. Raio de sol para fisgar novo dia. E um sopro suave para mudar o ar dessa noite. Tira o laço vermelho que lhe apertava o peito, amarra nas bordas do dia. A barra da saia pespontada de horizontes. O pensamento branco, branco. Azul. Amarelo. Verde.Uma paz inquieta. As unhas vermelhas e os cabelos escoando o orvalho desse novo dia. No céu, nuvens de filó. E a terra gira azul, azul, feito saia. Sorri, o mundo dança."
Cecília Braga

'Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que as vezes anda de salto alto.'

Por impulso mesmo


''Desatar os nós que enlaçam atos e motivos. Fazer as coisas por impulso.

Por que?

Porque às vezes é bom a gente mostrar pra si mesmo quem é que manda aqui. ''
Martha Medeiros

A vida sem rodinhas


''Quando é que sabemos que estamos aptos a andar por nossa conta?

Lembro que nos momentos importantes da infância, e também nos desimportantes, meu pai estava sempre a postos empunhando uma máquina fotográfica. A consequência disso? A cada gaveta que eu abro aqui em casa, jorram fotos diversas, sem contar as que estão confinadas em álbuns e porta-retratos. Dessas tantas, há uma pela qual tenho um carinho especial: é uma foto em que estou andando de bicicleta, aos 5 ou 6 anos de idade. Naquele dia eu andei sem rodinhas pela primeira vez. Dei várias voltas sem cair, até que meu pai clicou o flagrante: a pirralha com a maior cara de vencedora, dona do campinho, se achando. Eu realmente estava degustando aquela vitória. Se a foto tivesse legenda, seria: Viu?.

As rodinhas são uma base protetora para iniciantes, uma segurança para quem ainda não tem domínio da coisa. Que coisa? Qualquer coisa. Me corrija se eu estiver errada: a gente usa rodinhas até hoje.

Quando se escreve um livro, por exemplo, as rodinhas são a parte não ficional, o sentimento de verdade, vivido, com o qual a gente ampara a ficção.

Quando se tem um filho, as rodinhas são a herança da educação que nossos pais nos deram, a parte hereditária que, mesmo questionada, sustenta nossas primeiras decisões.

Quando nos apaixonamos, as rodinhas são a repetição de certos clichês, a apresentação dos nossos ideais e certezas, mesmo sabendo que em breve entraremos em terreno movediço, desconhecido.

Quando se aceita um emprego, as rodinhas são a nossa experiência anterior, o que facilita a arrancada, mas depois é preciso andar sozinho.

Sempre chega a hora de tirar as rodinhas. Medo e êxtase.
Viver sem elas torna tudo mais perigoso, vulnerável, e ao mesmo tempo, emocionante. Nos faz voltar a ser crianças: será que estou agindo certo, será que não estou indo rápido demais, ou lento demais? Atenção: lento demais, cai.

É preciso saber viver sem um suporte contínuo, para que se possa firmar o próprio caráter. Quem não sai da barra da saia da mãe, nunca consegue se equilibrar sozinho. Quem não solta a mão do pai, não vira homem.

Não se trata de dispensar amor. Estamos falando de rodinhas, lembre. Apoio.

Quando é que sabemos que estamos aptos a andar por nossa conta? Se o assunto é bicicleta, aos 5, aos 6, aos 7, até aos 10 anos, dependendo do ritmo e da estabilidade de cada um.

Quando se trata da vida, também depende. Mas usá-las para sempre te impedem de sentir o gostinho de conseguir, de vencer, de atingir suas metas por si só.

Te impedem de perguntar: “Viu?”.

Permita que os outros vejam o quanto você pode.''


Martha Medeiros