Era uma vez, numa terra muito distante, uma princesa linda, independente e cheia de autoestima...
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico…
Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre…
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?… nem morta!
Luís Fernando Veríssimo
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
"De todos as cores, vermelho.
De todas as flores, gérbera.
Reza toda noite antes de dormir.
E nunca esquece de agradecer pelas bonitezas do dia.
Agradece também pelo que é feio, mas engrandece.
Acredita que o sofrimento enobrece, mas nem sempre, porque prefere o caminho mais fácil.
Põe o pé direito pra fora da cama primeiro. (nem sempre)
Herdou algumas supertições, além do riso fácil e do olhar ágil.
Está sempre apressada e atrasada.
Fala mais com as mãos, que com a boca.
Pensa mais rápido que fala e quase não fala o que pensa.
Aprendeu a ser comedida.Tropeçou muitas vezes no caminho.
Já se apaixonou pra sempre.
Já morreu de amor.
Não acredita mais em príncipe encantado, mas torce pra que lhe provem o contrário
todo-santo-dia."
{Briza Mulatinho}
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Toda vida eu fui uma verdadeira negação em esportes coletivos. Sabe aquela pessoa que é a última a ser escolhida pela capitã do time? Essa era sempre eu. Quando eu era criança só havia um esporte no qual eu me dava relativamente bem: queimada. Bom, eu não tinha força para cruzar a bola em quadras maiores do que a da minha escola, nem era hábil em causar dor nos outros com a bola, mas era expert em me esquivar. Se meu time perdia, pode escrever que eu era a última a ser "queimada". No entanto, de nada adiantava ser a última, já que, no final das contas, eu acabava perdendo.
Fazendo uma analogia da vida com um jogo de queimada, eu me pergunto até que ponto se esquivar é uma vantagem. Na infância, eu tinha medo de ser atacada e tinha medo de atacar. Não tinha força pra fazer jogadas com meus amigos. E deixei por isso mesmo. Não me empenhei em aprender a atacar, a fazer mais que fugir. Na vida isso não pode acontecer. Nesse "jogo" em que bola e oponentes são seus desafios, e que, encarar ou desviar depende apenas de você, não dá aceitar suas limitações e deixar ficar como está. Não dá pra aceitar um game over. Fugir, então, fora de cogitação.
Nesse "jogo", tudo que resta a fazer é aprender a apanhar e seguir de pé. Aprender a segurar a bola com força e a lança-la com mais força ainda. Aprender, aprender, aprender (qualquer semelhança com golden boy terá sido mera coincidência). Tudo, menos ouvir um "game over" em que você perde de si mesmo, das suas limitações.
domingo, 19 de setembro de 2010
'Diferente é o que: chora onde outros xingam; quer, onde outros cansam;
espera, de onde já não vem; sonha, entre realistas; concretiza, entre sonhadores;
fala de leite em reunião de bêbados; cria, onde o hábito rotiniza;
perde horas em coisas que só ele sabe importantes;
diz sempre na hora de calar; cala sempre nas horas erradas;
fala de amor no meio da guerra; deixa o adversário fazer o gol
porque gosta mais de jogar que de ganhar; aprendeu a superar o riso,
o deboche, o escárnio e a consciência dolorosa de que a média é má porque é igual;
vê mais longe do que o consenso; sente antes dos demais começarem a perceber;
se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham.'
[Artur da Távola]
'Houve um momento em que o aperto foi tão extremo e aflitivo
que eu imaginei não conseguir suportar. Eu nem sabia que,
exatamente naquele ponto, a natureza tecia asas para mim, em silêncio,
mas foi lá que senti que eu era feita também para voar.
O aperto, entendi somente depois, era uma espécie de morte,
um prenúncio da transformação, uma ponte que me levaria a outro modo de ser'
[Ana Jácomo]
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
"...tenho uma parte que acredita em finais felizes.
Em beijo antes dos créditos,
enquanto outra acha que só se ama errado.
Tenho uma metade que mente, trai, engana.
Outra que só conhece a verdade.
Uma parte que precisa de calor, carinho, pés com pés.
Outra que sobrevive sozinha.
Metade auto-suficiente..."
CaiO F.
domingo, 12 de setembro de 2010
'Maria: Amizade nossa foi curta, mas foi pra sempre, Zé.
Zé Cangaia: Ó menina, e foi das mió! Daquelas que já num tem muito uso hoje em dia... É pedra que num gasta... e é tomém delicado de flor... Amizade nossa é palavra que num sei dizê... Sei sentir só. Mas vai embora duma veiz, vai ... Me deixe aqui e me leve no seu coração!'
[Hoje é dia de Maria]
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena.
Mário Quintana
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
"Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano. Como o toque bom do sol quando pousa na pele. A solidão que é encontro. O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado. A lua quando o olhar é grande. A doçura contente de um cafuné sem pressa. O trabalho que nos erotiza. Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados. O poema que parece que fomos nós que escrevemos. A força da areia molhada sob os pés descalços. O sono relaxado que põe tudo pra dormir. A presença da intimidade legítima. A música que nos faz subir de oitava. A delicadeza desenhada de improviso. O banho bom que reinventa o corpo. O cheiro de terra. O cheiro de chuva. O cheiro do tempero do feijão da infância. O cheiro de quem se gosta. O acorde daquela risada que acorda tudo na gente. Essas coisas. Outras coisas. Todas, simples assim."
Ana Jácomo
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